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Dados do Trabalho


Título

LINFADENECTOMIA INGUINAL ABERTA E VÍDEO ENDOSCÓPICA NO TRATAMENTO DO CÂNCER DE PÊNIS: COMPARAÇÃO EM ANÁLISE PÓS- OPERATÓRIA

Resumo

INTRODUÇÃO: O câncer de pênis (CaPe) é uma neoplasia relativamente rara em países
desenvolvidos, mas, com alta incidência em nações em desenvolvimento, como o Brasil. A
linfadenectomia inguinal radical aberta é a técnica mais utilizada no país, apesar da alta morbidade. A
linfadenectomia inguinal vídeo-endoscópica (VEIL) pode reduzir a morbidade pós-operatória,
mostrando-se uma alternativa promissora. OBJETIVO: Comparar os desfechos entre as técnicas de
cirurgia aberta e VEIL. MÉTODO: O estudo prospectivo abrangeu regiões inguinais acessadas por
cirurgia aberta (n = 9) de 6 pacientes e VEIL (n = 19) de 10 pacientes portadores de CaPe atendidos
entre 2018 a 2024. As hipóteses foram testadas pelos métodos de Pearson, T-Student e Mann-Whitney
com base nos tipos de variáveis, igualdade de variâncias e tipo de distribuição. RESULTADOS: Em
relação à necrose de retalho cutâneo, o evento foi constatado em 44% das abordagens por cirurgia
aberta enquanto que nenhuma abordagem VEIL o relatou (p > 0,01). Pela classificação de Clavien-
Dindo, as abordagens por cirurgia aberta tiveram 40% de complicações com necessidade de
intervenção cirúrgica (III-A), ao passo que apenas 10% das abordagens VEIL apresentaram desvios de
pós-operatório sem necessidade de intervenção adicional (I) - os demais, em ambos os grupos, não
apresentaram complicações significativas (p > 0,05). Ademais, a VEIL demonstrou redução em dias
de internação, com mediana de 3.5 (IIQ 6-3) dias, em comparação com a técnica aberta, que teve 17
(IIQ 26-8) dias (p > 0.001). Em relação ao estadiamento patológico dos linfonodos, na cirurgia aberta,
respectivamente 20% e 80% dos casos apresentaram estadiamento patológico de N0 e N3. Já nas
abordagens VEIL, respectivamente, 60%, 10% e 30% foram classificados como N0, N2 e N3,
respectivamente (p > 0.05). Ainda abordando linfonodos, respectivamente para abordagem aberta e
VEIL, foram isolados, em média, 11 (±4,72) e 7.84 (±2.52) (p > 0.05), bem como tiveram acometidos
2 (IIQ 2-0) e 0 (IIQ 1-0) linfonodos, em mediana (p > 0.05). CONCLUSÃO: A VEIL oferece
vantagens significativas sobre a linfadenectomia inguinal aberta. A técnica resultou em menor
incidência de necrose de retalho cutâneo, redução nos dias de internação e menor número de
linfonodos isolados e acometidos. Esses achados sugerem que a VEIL pode ser uma opção cirúrgica
preferível para pacientes submetidos à ressecção de linfonodos inguinais.

Palavras Chave

Linfadenectomia Inguinal; Neoplasia Peniana

Área

Geral

Categoria

Coortes retrospectivas ou prospectivas

Autores

Isabella Barreto Froz, Jilmário Gomes de Santana Júnior, Igor Tupinambá Calixto, Anisio Davisson Cardoso Cavalcante, Ana Michelly Santos Lucena, Ageu Costa, Fernando Barretto Messias de Figueiredo, Rafael Campos Silva, José De Ribamar Rodrigues Calixto, Francisco Sérgio Moura Silva do Nascimento