Dados do Trabalho

Título

DESVENDANDO A RELAÇÃO ENTRE DISTÚRBIOS DO SONO COM A INFERTILIDADE FEMININA: UMA REVISÃO LITERÁRIA

Resumo

Introdução: A infertilidade é a incapacidade de um casal engravidar após 12 meses de tentativas, sem uso de métodos anticoncepcionais. Segundo a Organização Mundial da Saúde, ela afeta 15% dos casais em idade reprodutiva. Distúrbios do sono, como insônia, apneia do sono, síndrome de Ekbom, parassonia e narcolepsia, afetam o ciclo circadiano, causando impactos na qualidade de vida e na saúde do indivíduo. Esses distúrbios são frequentemente observados em mulheres com diagnóstico de infertilidade, sugerindo que a qualidade do sono tenha influência direta na saúde reprodutiva feminina.

Objetivo: Este estudo visa esclarecer o impacto e a correlação entre os distúrbios do sono e a infertilidade feminina.

Métodos: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nos sites PubMed e National Library of Medicine, selecionando artigos a partir de 2020. As palavras utilizadas para seleção de busca foram: infertilidade feminina; insônia; distúrbio de sono; narcolepsia; parassonia.

Resultados: Estudos recentes mostram que alterações no ciclo circadiano promovem alterações metabólicas, interferindo no ambiente hormonal necessário para a reprodução. A má qualidade do sono gera alterações endócrinas, como maior ativação do eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal, que gera aumento da circulação de corticoesteroides, relacionados à perda gestacional prematura, falha de implantação de embrião, anovulação e amenorreia. Estudos realizados mostram que mulheres em idade fértil exibiram menor fecundidade quando tiveram menos de 7 horas de sono durante a noite. Ademais, pessoas com ciclo circadiano alterado por trabalhar em turno noturno têm risco aumentado significativamente de perda espontânea de gravidez.

Conclusão: Os estudos analisados nesta revisão evidenciam uma significativa correlação entre infertilidade feminina e distúrbios do sono, indicando que a qualidade do sono é crucial para a saúde reprodutiva. Alterações no ciclo circadiano devido à má qualidade do sono desencadeiam uma desregulação hormonal que impacta negativamente na fecundidade. Ademais, mulheres em idade fértil e que dormem menos de 7 horas por dia apresentam uma menor fecundidade. No entanto, são necessárias mais pesquisas na área para explanar mais a fundo a correlação complexa entre sono e fertilidade feminina, além de elaborar opções de tratamento e estratégias de manejo. Esta revisão realça a importância de abordar distúrbios do sono como parte da saúde reprodutiva feminina e destaca uma área de estudo promissora.

Palavras Chave

Infertilidade feminina; sono; saúde reprodutiva